A concentração máxima (deep work) é um estado de extrema concentração que nos permite focar, aprender coisas complexas e desenvolver trabalhos de qualidade com mais rapidez. Este termo tornou-se notável por Cal Newport, professor de ciência da computação da Georgetown University e autor do livro “Deep work: a concentração máxima num mundo de distrações”. Neste livro, Newport define a concentração máxima como um estado de concentração livre de distrações, quando o cérebro alcança o potencial máximo de funcionamento.
De forma breve, a teoria da concentração máxima de Newport afirma que, para sermos verdadeiramente produtivos, é necessário desconectar todas as ferramentas de comunicação e trabalhar sem interrupções durante longos períodos, todos os dias. Mesmo que você não se consiga afastar por completo dos meios de comunicação da sua equipa, tente ficar entre 60 e 90 minutos a trabalhar sem distrações — e incentive os seus colaboradores a fazerem o mesmo.
Sabia que os profissionais intelectuais despendem 60% do tempo com tarefas de coordenação que englobam, por exemplo, respostas a e-mails, coordenação de projetos e agendamento de reuniões? Por isso, torna-se claro: não é sensato almejar a eliminação de todos os trabalhos superficiais; mas, se reduzir o tempo gasto neles, o tempo para as tarefas de maior impacto será mais significativo.
A concentração máxima é eficaz por dois bons motivos: ajuda a evitar distrações e reprograma o cérebro para aumentar a velocidade de aprendizagem de coisas complexas, viabilizando trabalhos mais rápidos e melhores.
A concentração máxima
ajuda a evitar distrações
reprograma o cérebro
Eliminar distrações é um componente essencial da concentração máxima e há uma boa razão para isso. Ao alternar entre tarefas (como consultar o telemóvel enquanto está a trabalhar), uma parte da atenção permanece na tarefa anterior. Ou seja, mesmo quando se retoma a escrita, uma parte do cérebro ainda está a pensar na mensagem que acabou de ver. Este fenómeno chama-se resíduo de atenção e tem um impacto considerável. Diversas investigações apontam que uma pessoa pode levar até 20 minutos a recuperar o ritmo após uma interrupção. Logo, se você usa o telemóvel duas vezes no período de uma hora, acaba por perder dois terços do seu tempo de concentração. É muito, não é?
A concentração máxima é a melhor maneira de aprender novas competências de forma rápida. Num estado de concentração profunda, o cérebro cria caminhos de aprendizagem e reforça as conexões entre os neurónios para atuarem de forma mais ágil. Por isso, ao dedicar toda a sua atenção a uma atividade específica, você está a reprogramar o cérebro para ajudar a desempenhá-la mais eficazmente.
A capacidade para trabalhar num estado concentrado não é uma vantagem apenas no mundo profissional; também é uma forma de encontrar satisfação e significado em tarefas diárias.
Quais são as vantagens da concentração máxima?
Melhora a qualidade do trabalho;
É uma competência rara;
Proporciona bem-estar.
Se chegou até aqui, provavelmente quer trabalhar com mais concentração e foco. Confira estas 3 formas de incorporar a concentração máxima na sua rotina:
Crie rituais para aumentar a concentração É possível criar rituais para desencadear a concentração e avisar o cérebro que está na hora de se concentrar.
Reduza as distrações digitais A distração digital é o inimigo número um da concentração.
Separe um tempo para descansar O descanso é tão importante como o trabalho. Estipular um período diário para recarregar as baterias pode ajudar a prevenir o burnout e tornar sustentável o seu hábito de concentração máxima.
A concentração máxima, por exemplo, é uma das formas de maximizar o seu potencial criativo, mas não se resume unicamente em aumentar a produtividade. Trabalhar em modo focado traz satisfação pessoal e isso ajuda a dar-lhe energia e confiança para cumprir tarefas desafiadoras.